Pedaços de memória sobre Telheiras “uma aldeia na cidade”
Da ruralidade de “uma aldeia na cidade”, Telheiras cresceu como um desenvolvimento urbanístico inicialmente a cargo da EPUL – Empresa Pública de Urbanização de Lisboa. Era o tempo em que na vivência da cidade ainda perduravam hábitos das hortas e quintas com rebanhos, que pelos finais dos anos 80 atravessavam diariamente a via principal de circulação automóvel em Telheiras.
Em finais dos anos 80, discutia-se, em reuniões de condomínio, se a porteira deveria ter dispensa horária para poder ir às hortas onde mantinha cultivos. “É um vício que vem da nossa terra”, dizia o marido, “e sempre dá jeito na hora de pôr comida na mesa”.
Essa ruralidade urbana foi sendo conquistada pelo betão, e a progressão urbanística em Telheiras deu origem a um elegante bairro. Foi por essa altura que os moradores consideraram que deviam ter um papel ativo no desenvolvimento dos elementos fundamentais para uma adequada vivência e humanização do bairro.
Assim, em 1988, nasceu a ART- Associação de Residentes de Telheiras, a partir de um ativo grupo de moradores, mobilizados e determinados em defender os interesses do bairro.
Volvidos mais de 35 anos, com muitos sonhos e projetos realizados, a ART tem desempenhado um papel fulcral na defesa dos interesses do Bairro, que o mesmo é dizer dos seus residentes. Adaptando-se às necessidades de cada época, a ART teve sempre uma forte presença, ao ser uma agregadora de vontades e iniciativas, e, quando necessário, assumindo um papel reivindicativo junto da autarquia e dos decisores políticos. A Prova evidente da sua importância foi o reconhecimento como Associação de Interesse Público.
Tem também servido de lançamento a muitas iniciativas e atividades, num bairro que conta hoje com uma vivacidade crescente e uma participação significativa dos jovens.